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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Francisco Rodrigues Lobo

 

Mote


Vai o rio de monte a monte,
Como passarei sem ponte?


Voltas


É o vau mui arriscado,
Só nele é certo o perigo;
O tempo como inimigo
Tem-me o caminho tomado.
Num monte está meu cuidado,
E eu, posto aqui noutro monte,
Como passarei sem ponte?


Tudo quanto a vista alcança
Coberto de males vejo:
D'aquém fica meu desejo
E d'além minha esperança.
Esta, contínua, me cansa
Porque está sempre defronte:
Como passarei sem ponte?


Primavera, Vales e Montes..., Floresta Quinta

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